domingo, 21 de fevereiro de 2010

Ainda pulsa.

São dias, noites, palavras e gestos incalculáveis. Cada pessoa aprofundando-se no seu mais íntimo questionamento. Pergunta-se por onde andaram, por quantos minutos esperaram, por quantas pessoas se distanciaram até guardarem e virarem o que são hoje. São crianças, são velhos, são recém nascidos ainda esperando para abrir os olhos e enxergar realmente do que é feita a vida.

Talvez, feita de prazeres desconhecidos, de momentos que virão, chuvas nas quais ainda chorarão, amores, que ainda puros, te dirão “Olá”. E aqueles que, por tão desconexos, viram as costas intactas, deixando as portas abertas. Um rosto marcado te faz mais homem ou mais mulher, por viver.

Por amedrontar demais, dias, noites, palavras e gestos incalculáveis, são muitas vezes renegados. Mantidos trancados a sete chaves em algum lugar desconhecido. O que torna incapaz a tentativa da descoberta de si, do próximo, do além e amém. O melhor de você não explorado.

Nós recusamos. Recusamos o recusar e, depressa ou lentamente, prosseguimos. Talvez, para que em algum dia, possamos agradecer...

... por ter vivido, por ter lamentado, e também, por ter implorado. Por ter dado um nó na garganta, por ter realmente chorado. Por ter odiado, por ter perdoado, por ter sinceramente amado. Por ter argumentado, por ter se calado, por ter se machucado. Por ter aberto os olhos alguma vez e ter inexplicavelmente, enxergado...
... do que é feita a vida.