terça-feira, 26 de maio de 2009

O Marciano.

Foi então, que a criatura quase transparente resolveu deslizar até a beira de uma vida já sem cores. Não sabia distinguir as formas que seus olhos formavam ali, supostamente diante dos próprios olhos que faziam parte dela, e que agora, refletiam dentro dele. A vida havia se tornado algo inexplicável, clamando por explicações... que talvez deveriam surgir no dia seguinte...

Desperta, abre os olhos, mente acordar, pensa e levanta... Nessa ordem ou em qualquer outra. Nunca faria muita diferença, enquanto continuasse a ocorrer tudo exatamente igual. E de fato ocorreria. Desceria as escadas, prepararia o café enquanto assistiria pela janela o Sol iluminar aquele animal esparramado pelo chão, a descansar... E até , que ela então, sorri... Que vida, irmão.. que vida...

( . . . )
- Tudo o que queima ali, queima em qualquer lugar. - Diz ele.
Todos os dias alguém tentaria decifrar quadros de pintores famosos e também tentariam entender cada palavra de uma letra de música que só quem a teria escrito, conseguiria entender. Talvez perdendo o caminho, teria algum resultado de todas as perguntas que a rodeava... Talvez aquela criatura seja luz, inspiração, paz e segurança. Mas tambem, talvez não... ( - talvez, talvez, talvez... ). Já não havia motivos para questionamento, se faz bem, então que tenha sempre por perto, sempre... A vida ainda continuaria a clamar por explicações, essas que jamais surgiriam no dia seguinte. E talvez, ela ainda não se importaria... Que vida, irmão... que vida...