O fim da linha é o gancho para um outro rio. Outro rio é um passaporte para o desconhecido. Desconhecido é a mentira que se finge como verdade. Verdade é um cristal que não se quebra. O que se quebra não retorna ao começo. O começo faz-se presente dia após dia. Dias dublados ou ensolarados. Ensolarados são os olhos escuros que brilham mais. Mais é o que preenche vazio. Vazio é o que se sente quando há ausência. Ausência muitas vezes grita por saudade. Saudade é a dor dos que estão vivos. Vivos são os sentimentos que, em outros sentimentos, tem abrigo. Abrigo é a parte segura da vida. Vida é uma só. Só é aquele que não encontrou sua segunda vida para amar. Amar é multiplicar o melhor. Melhor é poder fazer parte de uma outra parte. Parte para longe aqueles que sentem medo. Medo é a medida que coloca tudo em risco. Risco é abstrato. Abstrato é o que, por algum tempo, aguça a imaginação. Imaginação é a extensão dos sonhadores. Sonhadores são aqueles que não estão entre nós. Nós somos, e por sermos, somos mais do que nós mesmos no tempo. Tempo é feito para aquele que está nele e o contempla, e também, para quem corre. Corre apenas aquele que implora para encontrar o fim da linha.