segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Um cansaço supostamente crônico.

E essa necessidade tão grande de sentir, tão grande de ouvir. Essa necessidade tão grande de sensações reais e concretas, que provem um pouco da existência afetiva humana, sem perder as doses que esquecemos de tomar, e que sem querer, podem dolorosamente ir secando e secando. E essa necessidade tão grande de manter-se vivo, para que se sinta inteiramente capaz de tornar um outro alguém vivo, também, em cada célula, em cada fio de cabelo, e pêlos, e dentes, e mãos, e braços, e mente, e pensamento, e por fim e recomeço, vivo.

E essa desesperança que cresce, e floresce, e dá frutos, também, para onde vai? Por tantos caminhos ela ainda poderá cruzar, para que finalmente, possa um eu ter alguma tranquilidade. -Tenta entender que quanto mais se mede o desespero, mais aguçado ele se torna.- Mais detalhado e mais cheio de blocos e escadarias, e muros, e paredões são criados em torno de nós, pobres de almas e sentimentos, e olhares, e beijos, e abraços, e mãos dadas. Pobres de prazeres simples, e tão completamente ricos em cansaços. E aquela necessidade tão grande de sentir, já não se sente mais. E, eu canso por isso, eu sofro por isso, eu sinto por isso.