Pensa, em seguida, pára.
Tenta respirar fundo, mesmo que a impressão seja que o corpo inteiro não esteja funcionando corretamente. Não sabe, mas há um cansaço sem muita explicação no dia de hoje. Uma falta de falta, que o ar preencheu por conta própria. Confuso. Olhos distantes, nada muito diferente do normal, e uma queda de cabelos que nem ao menos são seus. - Então, de quem são? - pensa ela. Em seguida, pára. Desiste.
Desiste das paredes rabiscadas que já não se tira mais proveito algum. Já deixou de jogar o colchão e os cobertores ao chão como gostava de dormir, simplesmente para evitar memórias desnecessárias. Talvez por medo. Mas medo de que?. Se nunca lhe faltou coragem.
Pensa, em seguida, pára e desiste... pois o rapaz da moradia abaixo a espera para encantar-lhe os ouvidos e envolvê-la em algum sonho bom.
Respira fundo. Os pulmões ainda um bocado doloridos. Desiste.
Boa noite.